recent posts

03 abril 2018

Te vi na rua ontem

Não, não se trata da música, realmente te vi na rua ontem. Engraçado que você continua o mesmo. Parece que as coisas mudaram apenas pro meu lado nesse intervalo de tempo. Te vi na rua ontem, depois de alguns meses, e vou te falar, seu rosto continua sem expressão. Será que esse período não te ajudou a ver as coisas com mais amor? Óbvio que não né. Já dizia É o tchan: " Pau que nasce torto nunca se endireita".

Reconheço minha imbecilidade, desculpa tal comparação. Aliás, você continua um filho da puta lindo. Seus olhos andam mais negros e seu cabelo finalmente escureceu. Lembra quando odiava seus fios loiros? Chegavam ser ofuscantes, de tão lindos. Mas isso não importa agora, o que vem ao caso é que te vi na rua ontem. Tive vontade de trocar de calçada, de rumo, de vida. Tive vontade de gritar e ao mesmo tempo abaixar a cabeça e passar direto, afinal, você nem me reconhece mais. Nem eu me reconheço. Tive vontade de parar e me apresentar, mas nem todas vontades devem ser supridas, aliás, finalmente aprendi isso. Tenho aprendido tanta coisa que... sei lá, não tem explicação.

Te vi na rua ontem, e foi como se fossemos dois desconhecidos que se conhecem muito bem. Te vi na rua, ontem, e tive o prazer de reviver toda nossa história em segundos, pra só assim entender que: Te vi na rua ontem, um completo desconhecido, pra ter que seguir, de cabeça baixa, e concluir que, infelizmente, não era pra ser. Nunca foi.

29 março 2018

Can-sa-da

Queria começar este vocábulo de uma maneira menos dramática, mas não deu. Tenho cansado muito ultimamente. A vida anda caoticamente ligeira, e meu cansaço não passa. É tipo aquele dia que só quero minha cama e um rap boladão; é acordar todos os dias com a mente doendo e o corpo exausto. Fico na minha pira porque ninguém chegou em mim pra alertar sobre  a carga que é ter que crescer. Eu me sinto cansada e não posso parar. É estágio pra faculdade; da faculdade pro estágio. Parei no tempo em que me vi gente grande, responsa e sem nenhuma perspectiva real. Cansada. Sem paciência pras coisas rotineiras em geral. Isso tem me perturbado diariamente. Ninguém nunca me disse que cansaria tanto, e que esse cansaço não seria recompensado, apenas me machucaria, aos poucos, muito. Exausta.

03 março 2018

Liberté

Boatos de que isso é marra
Mas se liga
Toda mulher é dela,
Só dela, não força a barra.

Não é não, usaram como lema
De um carnaval
Controlado e conduzido
Pela beleza das regras do sistema.

Não é questão de maldade
Nem de feminismo,
Menos ainda de particularidade
É tudo busca de reciprocidade.

Liberdade, gritou a moça
Quero ser o que quiser,
Sem o auxílio de macho
Made in roça.

04 fevereiro 2018

Ela é linda, mas é louca

Eu não sei se você sabe, mas ela é pirada. Não me venha com essa de que ela é princesa demais, que tem olhos brilhantes e que seu sorriso derruba qualquer cidadão, todos dizem o mesmo. Ela é louca meu filho. Dessas de acreditar no amor em um dia e noutro nem tanto. Ela tem pulso firme, olhar cansado e marra de moleque, nem venha querer ao contrário.

Ela fala que não gosta de apego, briga e bate o pé com quem é melado, mas nos braços de quem gosta, vira criança. Voz manhosa, daquelas que hipnotiza, mas não se engane, ela é louca. Nunca vi menina tão feroz, um tiquinho malandra, mas quem conhece sabe da sua doçura. Ela grita e surta, mas não pede ajuda. Chora, esperneia, tudo sozinha, sem que ninguém ao menos imagine. É, ela é maluca. Mas cara, ela é a maluca mais sensível que você vai conhecer, e olha, ela não vai te deixar perceber isso, o menos que você a deixe sem armaduras.

30 abril 2017

Para sempre até qual esquina?

Tudo que foi, volta. Principalmente aquele papo mal resolvido, ou aquela carta encaminhada pro endereço errado. Acreditem se quiser, não há nada que vá para sempre. Aliás, não dá pra acreditar em para sempre, isso é coisa de contador de história infantil: "E viveram felizes para sempre". A minha grande curiosidade era perguntar: "Para sempre até quando moça? Para sempre até qual esquina? " Minha indagação certamente não seria sanada, o máximo ignorada.

As coisas mudam, os anos passam e nenhum pacto sobrevive esse tempo todo. Mas uma vez ou outra, acabamos esbarrando um para sempre por aí. Essa é a parte mais difícil colega. Digo por que sei, e como sei. É como se em um flash você revivesse toda a sua vida novamente.

Tem coisas que vão e voltam, e acabam retornando possuindo toda a energia antiga, com força de  tsunami e a delicadeza de um arco-íris. Cabe exclusivamente a nós pertencentes de milhares de para sempres, deixar ou não que as coisas permaneçam. Aliás, se foi e voltou, não há em que se dizer em eternidade. Até onde vai/foi o seu para sempre?

07 janeiro 2017

Das coisas que eu fui

São 02:45 a.m e talvez meus pensamentos estejam turbulentos demais para tal hora. Andei pensando das coisas que fui. É, fui muito e acabei só com a passagem de ida mesmo. Fui de corpo e alma. Acreditei em coisas infinitas, li e reli sobre as grandezas da vida, aprendi uns palaveados novos com uns amigos, descobri novos estilos musicais, viajei no indie e no metal, no final tudo foi pro lixo. Brincadeira, não é mesmo? Uma vida  inteira sendo uma coisa e pensando outra. Tava na cara que eu não aguentava mais aquela gritaria do rock e nem aqueles dias trancada no quarto. Isso nunca foi pra mim.

Aquela maquiagem preta logo de manhã nunca teve nenhum ligamento com o que eu pretendia ser. Esse negócio é estranho, porque eu me tornei meu próprio mundo e não aceitava ao contrário. Fui a pior parte de mim. Foi eu quem me desliguei de todo tipo de sentimento do mundo, foi eu quem não queria mais ter relações sociais, exclui minha família e meus amigos. Eu que descontei essa bagunça em mim, me auto destruí pra ter que me reinventar. Foi eu que desacreditei, forjei, gritei, cortei e depois me entreguei. É muito bizarro. Nós precisamos sim acreditar em segundas chances, precisamos por a cara pra bater e ter o que defender. Eu errei tanto, que me senti envergonhada de reconhecer tamanha burrada. Não dá colega, uma hora a casa desaba.

Depois de tanta gritaria, de tanta destruição, eu realmente acredito que agora consegui. Falo isso na maior felicidade do mundo, por que só eu sei o que ficou pra trás. Sabe, me orgulho muito de ouvir as pessoas reclamar do meu barulho excessivo e das minha risadas nada discretas. Se elas soubessem quantas noites tive que passar chorando pra ter esse sorriso de hoje, elas me amariam. São tantas bênçãos, tantos anjos na minha vida que fica cada dia mais distante o que fui.  Houve dias que pensei que seria o fim, e agora tem dias que não quero que acabem. Ninguém nunca vai entender, não quero que entendam. É caos demais. As coisas que fui viraram pó. Acho. 

01 janeiro 2017

Uma carta para 2017

Primeiro de janeiro. Trezentas e sessenta e cinco novas oportunidades. Seja bem vindo dois mil e dezessete! Mas por favor, paciência. Ontem enquanto os fogos explodiam, tentei deixar tudo de ruim estourar junto com eles, mas como de costume na minha vida, nada é tão simples assim. O ano que passou foi arretado, não nego. Foi crise para todos os lados, em todos sentidos. Mas sabe o que me faz acreditar em você? É que estou disposta. Talvez um pouco cansada já, mas com uma vontade enorme de começar novamente. Aos poucos, mas com alma e coração. Eita que coisa clichê, não é mesmo? Hoje foi um dia de paz e é exatamente assim que desejo que tudo caminhe. Sem stress, me entende? Tudo em seu devido lugar, com a voz linda da Ana Gabriela de fundo e uma cabeça arejada. 

Descobri que não vale a pena tanto meu esforço. Quando é pra ser, vai ser. Dois mil e dezesseis foi um puta de um ano, mas superei. Aliás, nós superamos, porque já ouvi por ai que foi uma barra para todos. Tô chegando devagar. Cada coisa em seu lugar. A esperança permanece querido, e as ilusões passadas deixei no ontem. Apaguei muita baboseira, larguei muitos sentimentos em meio aos rojões. Não quero que você faça milagres, mas desejo que me permita alcançar novos propósitos. Afinal, você é só um ano novo, e eu uma eterna amante de coisas inovadas. Quero novas pessoas, amores e melodias. Quero poder dormir tranquila e trabalhar todos os dias sem a fadiga que dois mil e dezesseis me deu. Preciso de perder esse temor, e apenas deixar que tudo se ajeite.

Paciência 2017, apenas isso!
Copyright © 2015 | Design e Código: Sanyt Design | Tema: Viagem - Blogger | Uso pessoal • voltar ao topo